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Agente

A gente vai à caminho de algum lugar... Percebemos que o caminho nem é tão estranho assim... A paisagem parece não mudar. As cores e os sons são exclusivos à luz. Então a gente também percebe que há outras pessoas pelo caminho... São tão desconhecidos que os denominamos amigos. A diferença nos une, e a semelhança nos espanta. Pelo caminho a gente também encontra com os errantes. Não sabem seus caminhos. Mas de alguma forma eles chegam lá. Onde quer que isso seja... Mas a gente não caminha à revelia. Sempre há um plano, ou supõe-se que exista um... E por algum motivo natural impressa em nós, tememos apenas uma coisa nessa nossa jornada, a escuridão. Isso explicaria tantas luzes, ou a busca por... E não mais que de repente chegamos lá. Onde quer que seja... O destino, ou a força que o governa, entrega em nossas mãos o simples direito de chorar... Porque quando se chega lá, a gente percebe que quando pegamos algum caminho errado, herdamos o...

Nada

Nestes últimos dias, meu desejo é sumir, despojar-me de mim mesmo, assumir nenhuma outra identidade, ser um apátrida, vestir diversas mascaras sem expressões, vestir de preto, pintar meu quarto de preto, arrancar meus membros, ser um objeto inanimado no vácuo, inerte, solitário e sem valor. Ser nada, no nada, para nada. Mas mesmo assim, talvez, não me sentiria aliviado ou feliz, pelo simples fato de existir, logo, de pensar. Sou escravo de meus pensamentos. Eles não cessam, não param, não descansam, não conhecem a palavra não. São impetuosos, profundos, avarentos, egoístas e confusos. Eles trazem imagens, e não quero mais ver imagens, estou cansado de imagens. Provocam agonia e retorcem minhas entranhas, me levam ao desespero e fazem-me, ou melhor, me forçam a fazer algo que nesses dias eu simplesmente não desejo fazer: existir. Talvez, quem sabe, se eu não existisse não te amaria tanto assim, tão perdidamente e tão profundamente, aí então, não sofreria tanto por tua ...